A ditadura implantada no país pelo golpe de Estado desferido em 1964, em dezembro de 1968 deu um giro no parafuso por meio de um Ato Institucional, de número 5, que lhe atribuía poderes praticamente ilimitados. ( Mino Carta em, "O Castelo De Âmbar", página 161 RECORD)
sábado, 31 de janeiro de 2009
Recebi esse mimo do blog Esterança , achei muito bonitinho!!
Abaixo segue as regras:
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro”.
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com
juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
8- Só vale se todas as regras acima forem seguidas.
Repasso para os seguintes blogues:
1- Essencial
2- Entre A Loucura E A Arte
3- Grazzi Encontro
4- Palavrosavrvs Rex
5- Labirinto
6- Poetriz
7- Retratos da Mente
8- Ana Terra Em Recife
9- Filosofia Em Bits
10- Up Long Way Around
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Árvore, Pé de Fruta, Pé de Pau, Pé de Flor (Mulher).
Árvore, Pé de Fruta, Pé de Pau, Pé de Flor (Mulher).
Inegável como a chuva que desaba do céu no verão, é a beleza da árvore que dá seu fruto, e sua flor, ou ainda não dá nada, mas se mostra a todos.
Inegável é a beleza da menina que sobe na árvore para comer a doce fruta, e é surpreendida pela chuva, sorri com toda a sua alma, seu corpo, seu ser.
Na árvore trepada sob a refrescante chuva, molhada e alimentada, uma planta de uma mulher, a planta de seu pé no galho da árvore, pé de fruta e pé de mulher.
A flor da planta desaparece, aparece regada pela chuva a flor da mulher, molhada em plena tarde de verão, sorridente e fazendo alarde, flor que pelos olhos chega na alma deste cidadão.
Se tiver fruta, ou flor, é pé de uma ou outra, se nada tem é pé de pau, mas a melhor fruta que qualquer árvore pode ter em seus galhos, traz em si a flor mais desejada pelo homem, uma morena flor de mulher.
Quantas árvores, quantos pés, frutas e flores de pernas para o ar, o homem cai por terra aos pés da mulher, ela sorri e desce da árvore comendo a fruta que pegou com suas mãos.
Anda sorridente e se vai de pés descalços sobre o chão, deixa na terra o caroço da fruta e o pobre homem, ficam no ar sua beleza e o perfume da flor molhada.
Fica a lembrança da flor e da fruta, ficam as pegadas no barro, o delicado desenho dos pés da mulher, aquela que pelos olhos tocou a alma de mais um homem que clama:
-Volta chuva, traz de volta a flor daquela planta, a moça que brotou naquele pé!
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Divina Transgressão
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Divina Transgressão
Árvores são acima de tudo as principais transgressoras da pretensa moral, e dos igualmente pretensos bons costumes, pois exibem a boa altura tudo aquilo que se tenta esconder sob estes dois mal fadados ícones da hipocrisia.
Grandes, belas, vistosas e convidativas, são a grande obra publicitária da propagação da vida, expõe a todos seu sexo, e são admiradas por isso, até mesmo por aqueles que escondem debaixo de suas longas e deselegantes vestes aquilo que deve ser entendido como vergonhoso, apesar de extremamente prazeroso.
Religiosos de todos os tipos se fazem de assexuados por baixo de seus paramentos rituais, mas habitam grandes prédios com vastos jardins, e com árvores extremamente bem cuidadas, que ao florir e frutificar embelezam com seu sexo esteticamente perfeito tais lugares.
Padres e freiras mortificam seus corpos em busca de uma fantasiosa pureza sem sexo ou desejo mergulhados em meio ao sexo ornamental, aram a terra e alimentam-se do fruto desta relação tão perfeita e sem qualquer sentimento de culpa por ser o que se é sem ligar para o que se possa pensar.
Velhas senhoras puritanas enfeitam suas casas com flores, que são nada mais do que grandes e vistosas genitálias, assim como os frutos destas divinas transgressoras que jazem nas fruteiras de suas copas, onde costumam cuidar da vida alheia.
Uma árvore pouco retira de onde quer que esteja plantada, mas muito dá àqueles que dela se valem para suprir suas vidas, a quaresmeira, o ipê roxo, o jacarandá, e muitas outras parecem florir em dor pela morte do cristo no final do verão, mas isto é pura fantasia, sua mais pura verdade é a perpetuação da vida, a exibição sem culpa do sexo .
Perdoai-me Catulo da Paixão Cearense, mas a flor de maracujá não pranteia o cristo, ela simplesmente é a mais linda flor de trepadeira, que por tanto trepar se exibe intumescida e plena exalando o sexo que jamais foi um pecado.
O Abacate e a manga são verdadeiros úteros que levam dentro de si a vida protegida e pronta para brotar no chão aberto e molhado, sua polpa é quase como a carne ao toque das mãos, seu formato quase vaginal parece ser chacota do criador ao deitar-se na fruteira da sala da família conservadora algumas dúzias que se entremeiam por fálicas bananas.
Então visita o vigário a casa da senhora de tradicional e pudica família, sob sua batina negra um corpo de homem não se deixa ver, mas na mesma sala flores de laranjeira, e frutas sobre uma grande fruteira dão testemunho da verdade, e não deixam a hipocrisia vencer, o padre serve-se de uma fálica banana para não tocar a si mesmo e não assumir seu tesão pela ranzinza velhota.
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domingo, 18 de janeiro de 2009
Árvores.
Árvores.
Sempre me dei muito bem com todas elas, são seres magníficos elas nos dão muita beleza, muita energia e muita vida.
Eu sou uma pessoa que gosta de animais, mas muito antes disso sempre adorei árvores, sempre as tive comigo, sempre as terei.
Antes de ter um cão tive um abacateiro, plantei o danado no quintal lá de casa, e ele cresceu, cresceu, cresceu, cresceu tanto que um dia quiseram cortá-lo, eu quase matei um nesse dia, mas seu tronco enorme foi cortado.
O abacateiro, no entanto, tem raízes que vão fundo e que se espalham, e ainda brotou, e voltou a crescer, crescer, crescer, crescer tanto que parecia que nunca tinha saído dali, acho que eu também sou assim ressurjo de qualquer resto de lembrança, e retomo minha força.
Tentaram matá-lo com ácido, secionaram as raízes e a casca do tronco para interromper o fluxo da seiva, mas nada adiantou, ele é duro de matar, e eu também sou.
Sempre me vi como uma árvore, sempre me identifiquei com a força e a persistência de vida deste meu amigo que me acompanha desde sempre, e sempre resisti e venci como ele.
Árvores são tudo o que há de belo, forte, e benigno na terra, pois dão vida a todos que solicitarem, não negam sua sombra, nem seus frutos a ninguém, e na batalha contra a violência e a morte insistem em brotar e dar seu testemunho de vida perene.
Traduzem em vida, a luz, a água e a terra que lhes são oferecidas, e tomam sabores variados, cores e texturas surpreendentes, fabricando para todos os outros seres viventes alimentos, conforto e beleza.
Ainda que sejam plantadas para se tornarem lenha, móveis, ou papel, seu legado é sempre o mais benigno, e sua vida a que menos tira e mais oferece a todos.
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Sonhos Alagados
Sonhos Alagados
Hoje o dia esteve abafado, o mais quente do verão em São Paulo até agora, suor e cansaço tomaram conta de mim, e eu a me cobrar quanto a tudo que tenho que fazer.
Contas a pagar, serão pagas, textos a escrever serão terminados, mas hoje isso não irá acontecer, hoje só quero dormir, uma chuva acaba de cair, e o calor vai com certeza aumentar, o dia foi quente, a cidade está quente, a água cai e evapora quase que imediatamente, suor e calor às 23:20 , não parece que já é noite alta, parece que é meio dia.
Enquanto escrevo ouço o barulho dos carros nas ruas, o suor escorre e incomoda, , a cama convida, mas ao mesmo tempo assusta pois deitar sobre os lençóis me fará suar mais, preciso de ar condicionado em cãs, mas odeio ar condicionado, já passei mau bocados trabalhando em ambientes com ar condicionado muito forte.
Hoje aquele velho mas fiel ventilador será minha salvação, mesmo assim ainda terei sonhos molhado, literalmente alagados, assim como os sonhos de noites de verão costumam ser, que Shakespeare me perdoe o trocadilho infame.
O grande Shakespeare, jamais imaginaria que se pode ter temperaturas semelhantes aos 22ºC que estamos tendo hoje nesse horário, próximo à meia noite, um cidadão britânico morreria de calor nessas condições.
Estou tentando achar um jeito de terminar um conto e com certeza o terminarei fazendo com que nele a raça humana pereça num planeta que se tornará tórrido e poluído daqui há 50 anos ou menos .
A rotina é sempre entediante, e se torna insuportável com a temperatura nesses patamares, eu preferiria um inverno rigoroso, a um verão massacrante, alagando tudo com a chuva lá fora, e o suor nos nossos corpos.
Agora o ar condicionado mais perfeito do planeta começou a trabalhar, a chuva despenca sem do , já é um novo dia, talvez seja isso mesmo que eu tenha que fazer, vou esquecer a janela aberta, vou fazer de conta que lá fora ela não irá alagar nada, vou apenas apreciar o frescor dessa brisa que entra, e vou dormir, não mais alagado em suor, mas vou tentar não pensar no alagamento que possa estar acontecendo onde seria natural e bem vindo , desde que ninguém estivesse morando por lá, em poucas horas o sol irá brilhar, e as estações de rádio e televisão irão falar sobre esta noite, mostrarão suas imagens, é só mais um dia quente, e mais uma noite molhada, numa cidade cheia de gente.
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Mentalmorphosically
A kind of ever progressing change that will never come to an end, that is what this blog is meant to be, nothing could be less defined than something that never has a final version.
Something that could be a living body, which comes closer to death every single minute, but comes back to life as time passes.
Authors are welcome to publish their texts, nobody is entirely responsible for his or her words, written or spoken, you won't be prosecuted to no extent of any law.
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Never allow anybody telling you that you can't change your mind, 'cause it is the most sacred of all rights you could fight for.
My mind is an ever changing creature that lives inside my body.
http://mentalmorphosically.blogspot.com
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Alagamentos
Alagamentos
Parece que foi uma chuva muito forte e muito pesada, daquelas que alagam a cidade, que não tem mais terra para ser molhada, ou saída para a água represada.
Mesmo assim entre mortos e ferido, ficaram apenas alguns egos combalidos, pela torrente de palavras despejada por mais de um mês.
A estação ainda é propícia para chuvas e trovoadas, com potencial para danos aos desavisados de plantão, ou fracos de coração, tragam suas capas guarda-chuvas, galochas e demais equipamentos.
Após duas semanas de intensas ventanias, e outras duas semanas dedicadas exclusivamente aa construção de muros de arrimo, barreiras de contenção, barragens diques, e demais estruturas, todas na cor branca, os habitantes locais mal se atrevem a colocar o pé fora de suas soleiras.
Focos de alagamentos transitáveis já se fazem presente por toda a comunidade, é muito provável que os habitantes da comunidade estejam temendo sobremaneira viver daqui para frente em terrenos alagados por fluxos contínuos de criatividade.
Lembramos ainda que tais condições podem se alterar de acordo com aquilo que venha e se apresentar nas próximas semanas, e que a meteorologia retórica é uma não–ciência nada exata, quaisquer alterações no comportamento de homens–ventos, ou de mulheres-ventanias, assim como a fase da Lua–Moça, serão cruciais na configuração do quadro para as próximas duas semanas.
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domingo, 4 de janeiro de 2009
Alagados
Alagados
Domingo de tarde, um verão muito molhado, um vento daqueles calmos, um vento daqueles gelados, a noite e a manhã foram de chuva, chuva fria e constante, sonhos inundados.
Em uma cidade grande cheia de concreto, toda pavimentada, impermeabilizada, cortada por rios e seus vales, outrora preservados, permeáveis e constantemente alagados.
Não era de se estranhar que na terra da garoa, onde a chuva é benção constante tais coisas acontecessem, o estranho é o que vem depois, muita gente sofrendo por estar onde nada além de terra deveria haver.
Espaços que deveriam periodicamente se manter alagados e bem aproveitados, foram invadidos por pessoas sem destino, e ali ficam ilhados, eles e seus sonhos, entre as margens de rios e córregos, sobrevivem clandestinos.
A cidade cresceu, enriqueceu, inflou, muita gente veio ver e viver, muita gente veio e ficou, alguns ficaram bem instalados, outros sem opção foram empurrados para os vales de seus rios periodicamente alagados.
Um cenário triste, onde muitos além de perder o pouco que tinham, foram segregados, e nas margens dos rios e seus espaços periodicamente alagados, foram impiedosamente afogados.
Sonhos inundados, de habitantes aflitos, numa tarde de domingo fria, depois de noite e manhã de chuva constante, ventos calmos e gelados, de um verão excessivamente molhado.
Ligo a televisão, vejo a tragédia que se deu perto de minha casa, mas que não me atingiu, pois tive a sorte de não ter sido impiedosamente segregado e empurrado pela cidade, para os vales de seus rios, e seus espaços periodicamente alagados.
Nada disso é consolo, nada disso traz alento, os sonhos de uma noite chuvosa de verão, ressurgem na tarde sem sol e fria, tarde de preguiça e de televisão ligada, onde a inundação é exibida como espetáculo da vida de uma cidade de concreto e de asfalto, onde a água pára e condena os alagados à morte certa e lenta.
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sábado, 3 de janeiro de 2009
O Suporte
O Suporte
Acho que seria muito pedir a um muro branco que fosse além daquilo para que foi criado, mas na verdade o muro não tem como decidir qual será a sua função.
Muros são limites, são barreiras, são obstáculos que visam dar proteção, e são também suportes para todo tipo de portão.
Muros também trazem em si algo a dizer, uma mensagem, um alerta, uma notícia, como um jornal, o muro deixa de ser muro apenas suporta a arte, ou informação, um muro tal que se torna mural, muro agora sem portão.
Muro de arrimo, muro barreira de contenção, barragem de represa segura a água evita a enchente desgraça trazida pela água que é quase sempre desejada, só não se deseja inundação.
Muro que nos afasta de contatos de gente, de água, terra, ou outra coisa qualquer que possa em algum momento nos incomodar, barreira que protege de invasão, mas desafia também o menino a pular para pegar fruta no pé, muro da inspiração.
Muro de qualquer cor é muro, mas muro branco é mais que um simples muro é um suporte de idéias, como folha de papel, tela de um pintor, um universo cabe todinho dentro dele, como em um enorme monitor, santa simplicidade, além da tecnologia da informação.
Um muro branco em qualquer lugar do mundo pode suportar tudo o que falei, e cada um que agora lê poderia falar muito mais, sobre este simples muro que nada mais seria do que um mero suporte de portão.
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Depois De Tudo
Depois De Tudo
Por algum tempo fiquei aqui pensando em citar algum poeta, alguém mais apto que eu a falar do tema.
Tentei até buscar auxílio divino como até mesmo Camões um dia fez, ao pedir permissão para terminar sua obra.
Consegui no máximo falar dos dedos-grilhões de uma Deusa local, coincidentemente tão brancos quanto a prisão formal do muro de papel.
Do horizonte infinito dado pela brancura, à evidência da falta de pureza, o branco nos deixa perplexos com sua magia.
Muros maculados pela transgressão do homem deixam o branco até mesmo assustador, nada pode ser mais desconcertante do que a ameaça de revelações bombásticas.
Assustador também é o muro branco que tenta segurar dentro de si a inocência que um dia será perdida, ele porem se mantido branco nos fará crer que ela ainda mora lá.
A aparência inocente talvez seja na verdade a mais perigosa mentira, talvez seja apenas a fina camada de tinta que nela nos faz acreditar.
O branco do muro na verdade não tem o valor que aparenta ter, mas pode ser útil para que com cores menos enganosas, possamos pintar sobre ele um quadro com cores de vida real.
Conheci um homem que acreditava apenas nas cores do jornal, e nas cores pouco reais de suas fotografias em preto e branco, o homem se chocou e morreu sua fantasia.
Morreu a fantasia daquele homem, ao ver as cores da vida estampadas nos jornais que lia, ele acreditava que a realidade era preto e branco, acreditava numa realidade mais disfarçada e menos dolorida, traduzida em preto e cinza, sobre papel jornal branco
Por fim morreu também o homem, alguns anos depois de ver morta diante de si sua tristonha fantasia, depois de tudo sobraram as cores fortes da vida sem inocência, maculando o muro branco.
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