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domingo, 14 de junho de 2009

Tecendo


Quero com este post retomar uma atividade que já havia parado há muito tempo.Vou retomar minhas trovas.
A proposta é a seguinte:

Uma quadra de versos onde a rima se faz de forma alternada

Dormi, lindo sonho sonhei

Senti, preguiça de acordar

Sorri, com o amor acordei

Corri, hora de trabalhar

Segue-se a trova com o 4º verso iniciando a nova quadra

Corri, hora de trabalhar

Trabalho, por meu justo quinhão

Salário, não me permite sonhar

Suado, para comprar o meu pão.

Desta forma proponho a cada visitante que inicie nova trova a partir do 4º verso da que foi postada anteriormente, vamos tecer com versos nossa própria poesia.

Para facilitar é aconselhavel que cada um copie e cole em sua contribuição aquelas que já foram postadas.

Espero também que possam visitar o Tear de Sentidos, é um blog muito interessante de duas amigas fenomenais, Jana e Tê.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Olhos De Ver


Olhos de ver

Com que olhos vejo?
Vejo com meus olhos castanhos, e vejo os outros olhos também.
Com que olhos me vêem vocês?
Talvez vejam com olhos negros, azuis, verdes, ou furta-cores todos vêem.

Ver a vida, ver pessoas, ver fatos, e histórias, com olhos de quaisquer cores se vê.
Não há porque se espantar, ou se admirar por conta de olhos que vêm como outros olhos.
Espanto-me com olhos cegos, não vêem, não lêem, mas estão por lá, tanto quanto quaisquer outros olhos.
São olhos que pegam, são mãos que lêem, mãos que vêem, e se tornam olhos, são mãos.

Mãos que guiam pés que andam, fazem o papel dos olhos e guiam passos pelo chão, são olhos, são mãos, são pés.
Não têm íris de cores diferentes, são olhos ausentes, mas estão na face, em suas órbitas, e não mãos.
Pés andam mãos pegam e sentem, olhos não, olhos são olhos, pés e mãos caminham e sentem o chão, olhos nas mãos.

Ninguém se importa com sua cor, sabem de tudo sem ver com os olhos, escutam cada ruído, sentem a presença, são olhos sem cor.
Sentem tudo, se localizam no ambiente, torcem por um time de futebol, vibram aplaudem vaiam, são gente.
A cor dos olhos cegos, é indiferente, não significa nada a seu dono, a ele o que importa é o que sente.
Olhos que não vêem, mãos que guiam pés, olhos que sentem, não lhes importa a cor, com certeza são testemunhas da luta, e de quem a trava sentem também a dor.

Olhos não mentem, revelam o sentimento e a intenção, olhos também transbordam com o que vai na mente do cidadão.
Será que da mesma forma não mentem as mãos, quando se tornam olhos?
Talvez não mintam, mesmo porque mãos sentem, e não é nada fácil esconder o que se tem no coração.
Na vida dos olhos sem cor relevante uma cor ainda não lhes é tão indiferente, pois são olhos feitos de mãos, mas vêem a verdade, olhos de ver, vêem sentido no sentir, sentem ao ver como vêem os verdes dos olhos que vêem, ao ver de verdade.
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Alagamentos


Alagamentos

Parece que foi uma chuva muito forte e muito pesada, daquelas que alagam a cidade, que não tem mais terra para ser molhada, ou saída para a água represada.

Mesmo assim entre mortos e ferido, ficaram apenas alguns egos combalidos, pela torrente de palavras despejada por mais de um mês.

A estação ainda é propícia para chuvas e trovoadas, com potencial para danos aos desavisados de plantão, ou fracos de coração, tragam suas capas guarda-chuvas, galochas e demais equipamentos.

Após duas semanas de intensas ventanias, e outras duas semanas dedicadas exclusivamente aa construção de muros de arrimo, barreiras de contenção, barragens diques, e demais estruturas, todas na cor branca, os habitantes locais mal se atrevem a colocar o pé fora de suas soleiras.

Focos de alagamentos transitáveis já se fazem presente por toda a comunidade, é muito provável que os habitantes da comunidade estejam temendo sobremaneira viver daqui para frente em terrenos alagados por fluxos contínuos de criatividade.

Lembramos ainda que tais condições podem se alterar de acordo com aquilo que venha e se apresentar nas próximas semanas, e que a meteorologia retórica é uma não–ciência nada exata, quaisquer alterações no comportamento de homens–ventos, ou de mulheres-ventanias, assim como a fase da Lua–Moça, serão cruciais na configuração do quadro para as próximas duas semanas.
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domingo, 4 de janeiro de 2009

Alagados



Alagados

Domingo de tarde, um verão muito molhado, um vento daqueles calmos, um vento daqueles gelados, a noite e a manhã foram de chuva, chuva fria e constante, sonhos inundados.

Em uma cidade grande cheia de concreto, toda pavimentada, impermeabilizada, cortada por rios e seus vales, outrora preservados, permeáveis e constantemente alagados.

Não era de se estranhar que na terra da garoa, onde a chuva é benção constante tais coisas acontecessem, o estranho é o que vem depois, muita gente sofrendo por estar onde nada além de terra deveria haver.

Espaços que deveriam periodicamente se manter alagados e bem aproveitados, foram invadidos por pessoas sem destino, e ali ficam ilhados, eles e seus sonhos, entre as margens de rios e córregos, sobrevivem clandestinos.

A cidade cresceu, enriqueceu, inflou, muita gente veio ver e viver, muita gente veio e ficou, alguns ficaram bem instalados, outros sem opção foram empurrados para os vales de seus rios periodicamente alagados.

Um cenário triste, onde muitos além de perder o pouco que tinham, foram segregados, e nas margens dos rios e seus espaços periodicamente alagados, foram impiedosamente afogados.

Sonhos inundados, de habitantes aflitos, numa tarde de domingo fria, depois de noite e manhã de chuva constante, ventos calmos e gelados, de um verão excessivamente molhado.

Ligo a televisão, vejo a tragédia que se deu perto de minha casa, mas que não me atingiu, pois tive a sorte de não ter sido impiedosamente segregado e empurrado pela cidade, para os vales de seus rios, e seus espaços periodicamente alagados.

Nada disso é consolo, nada disso traz alento, os sonhos de uma noite chuvosa de verão, ressurgem na tarde sem sol e fria, tarde de preguiça e de televisão ligada, onde a inundação é exibida como espetáculo da vida de uma cidade de concreto e de asfalto, onde a água pára e condena os alagados à morte certa e lenta.
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sábado, 3 de janeiro de 2009

O Suporte


O Suporte


Acho que seria muito pedir a um muro branco que fosse além daquilo para que foi criado, mas na verdade o muro não tem como decidir qual será a sua função.
Muros são limites, são barreiras, são obstáculos que visam dar proteção, e são também suportes para todo tipo de portão.

Muros também trazem em si algo a dizer, uma mensagem, um alerta, uma notícia, como um jornal, o muro deixa de ser muro apenas suporta a arte, ou informação, um muro tal que se torna mural, muro agora sem portão.

Muro de arrimo, muro barreira de contenção, barragem de represa segura a água evita a enchente desgraça trazida pela água que é quase sempre desejada, só não se deseja inundação.

Muro que nos afasta de contatos de gente, de água, terra, ou outra coisa qualquer que possa em algum momento nos incomodar, barreira que protege de invasão, mas desafia também o menino a pular para pegar fruta no pé, muro da inspiração.

Muro de qualquer cor é muro, mas muro branco é mais que um simples muro é um suporte de idéias, como folha de papel, tela de um pintor, um universo cabe todinho dentro dele, como em um enorme monitor, santa simplicidade, além da tecnologia da informação.

Um muro branco em qualquer lugar do mundo pode suportar tudo o que falei, e cada um que agora lê poderia falar muito mais, sobre este simples muro que nada mais seria do que um mero suporte de portão.
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Depois De Tudo



Depois De Tudo


Por algum tempo fiquei aqui pensando em citar algum poeta, alguém mais apto que eu a falar do tema.

Tentei até buscar auxílio divino como até mesmo Camões um dia fez, ao pedir permissão para terminar sua obra.

Consegui no máximo falar dos dedos-grilhões de uma Deusa local, coincidentemente tão brancos quanto a prisão formal do muro de papel.

Do horizonte infinito dado pela brancura, à evidência da falta de pureza, o branco nos deixa perplexos com sua magia.

Muros maculados pela transgressão do homem deixam o branco até mesmo assustador, nada pode ser mais desconcertante do que a ameaça de revelações bombásticas.

Assustador também é o muro branco que tenta segurar dentro de si a inocência que um dia será perdida, ele porem se mantido branco nos fará crer que ela ainda mora lá.

A aparência inocente talvez seja na verdade a mais perigosa mentira, talvez seja apenas a fina camada de tinta que nela nos faz acreditar.

O branco do muro na verdade não tem o valor que aparenta ter, mas pode ser útil para que com cores menos enganosas, possamos pintar sobre ele um quadro com cores de vida real.

Conheci um homem que acreditava apenas nas cores do jornal, e nas cores pouco reais de suas fotografias em preto e branco, o homem se chocou e morreu sua fantasia.

Morreu a fantasia daquele homem, ao ver as cores da vida estampadas nos jornais que lia, ele acreditava que a realidade era preto e branco, acreditava numa realidade mais disfarçada e menos dolorida, traduzida em preto e cinza, sobre papel jornal branco

Por fim morreu também o homem, alguns anos depois de ver morta diante de si sua tristonha fantasia, depois de tudo sobraram as cores fortes da vida sem inocência, maculando o muro branco.
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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Muro De Papel


Muro De Papel

Limite e possibilidade infinita são duas coisas que se pode encontrar na brancura de uma folha de papel, é muro e horizonte ao mesmo tempo.

Dentro desta brancura tudo cabe, mas tudo também é limitado por sua extensão.
Dizia Salomão:
“De se fazer muitos livros não há fim, e muita devoção a eles é fadiga para a carne”.
Ainda assim abre-nos as portas da infinitude, mesmo que a limitando a este espaço branco, nosso muro de papel.

Nosso muro se impõe de tal forma que acaba impedindo até as Deusas de expressarem o que sentem, prendendo-lhes nos dedos aquilo que queriam dizer.

Talvez saísse pela boca aquilo que nas mãos da Deusa ficou aprisionado, e mesmo assim sádica e impiedosamente instigado pela presença do muro branco de papel.

Deuses e Deusas existem ou são totalmente aniquilados dentro dos vastos limites quase infinitos de pedaços brancos de um universo.

Até mesmo outros universos cabem dentro deste muro branco, deste infinito espaço para a criação, os dedos da Deusa são a verdadeira prisão, o muro não.
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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Pedaço De Cidade




Pedaço De Cidade

Fui procurar um pedaço de cidade para poder parar, sem nada para fazer, nada para pensar, ou falar.

Qualquer pedaço me serviria desde que nele eu não pudesse ser incomodado pelo resto dessa cidade, eu queria tentar resumi-la.

Parei nos parques, não tive o sossego que buscava, nas ruas, eu na verdade atrapalhava, nos bairros distantes o povo me estranhava.

Nos prédios mais altos, com vista de lugares que apareciam nos cartões postais, eu não me dava paz, me inquietava.

Por fim, busquei visitar uma velha casa, uma parte da herança de meu avô, casa velha e mofada, com paredes sujas e muito mal cuidada.

Sentei de pernas cruzadas, olhei o mofo da parede de frente, não fechei os olhos, naquela parede tudo o que vi projetei, como se fosse um filme .

As cores, as formas, os lugares, tudo eu joguei sobre aquela parede mofada, tudo se misturou.

Eu imaginei que no final tudo ficaria preto, pois da mistura de tudo nada sobraria, mas na verdade foi ficando preto e depois marrom.

O marrom que na verdade é a síntese da mistura mal feita, da desordem cromática, uma prova do erro, mas ouvia uma voz que já conhecia e que sempre me acompanhava..

A voz era tão suave, era tão bela e tão iluminada que a casa não suportou, as paredes e o teto caíram, mas sobrou aquele meu pedaço, um muro branco e iluminado.

O muro branco que resumia tudo, e que redimia os erros também, era síntese da minha cidade, era paz em meio à multidão, o som da voz amiga e iluminada cantava.
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domingo, 28 de dezembro de 2008

Era Uma Vez



Foto devidamente roubada da Lua-Moça, a Lua Magra!

Era uma vez
Uma moça que estava estudando para ser feiticeira, ela já havia tentado ser uma fada, mas não conseguiu ser tão certinha assim.

Ela estudava com magos e dava aulas para crianças, gostava muito de artes, e de ensinar o que aprendia.

Passava seus dias numa sala que tinha um quadro chamado negro, ainda que fosse verde, e às vezes também estudava com magos que escreviam em quadros brancos, eram vários quadros e várias cores, além de vários nomes.

Às vezes gostava de passear na praia e sentar-se sobre um pequeno muro, fica ali contemplando o luar que despencava da lua branca sobre o mar e sobre a areia, em contraste com a escuridão noturna.

À noite ainda que evocasse as piores maldades das mais profundas trevas, era pintada de branco pela luz que despencava da lua sobre o mar.

A moça se sentia muito bem ao contemplar a noite nada sombria, e se juntava de seu baixo muro com a luz da lua, cheia de luz e de paz.

A lua cheia e a moça magra juntas se mostravam como uma única Lua-moça, ou Moça-Lua, cheia e magra ao mesmo tempo, nascia a Lua Magra.
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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Somente O Muro


Somente O Muro


Um muro enorme e branco dava a volta em todo o terreno, um enorme terreno cheio de árvores.

Alto e inabalável muro, impecavelmente branco ao redor de uma terra cheia de outras cores, de vida e de morte.

Parecia não ter fim o enorme muro, era, no entanto interrompido por um pesado portão de ferro fundido e batido, um bonito portão.

Dentro do terreno, do outro lado do muro, parecia haver um jardim, um belo e extenso jardim, muitas plantas quase nenhuma construção.

Pessoas entravam e saiam deste terreno, animais invadiam por sobre o alto e branco muro, gatos, sagüis, e pássaros, além de alguns roedores.

O Muro era mantido branco e imaculado às custas de muito suor e muita tinta, o terreno parecia ser também muito bem cuidado, olhando-se pelo portão, mas era enorme, muito pouco se via, apenas uma pequena porção.

Havia sinais de muita vida, havia traços de morte e de putrefação, havia de tudo um pouco por trás do muro branco e do seu pesado e negro portão.

Nada pode ser mais enigmático que a neutralidade do branco, e que a grande muralha colocada ao redor daquele terreno.

Não havia sinais de crença religiosa, não parecia um cemitério, era um enorme e lindo jardim, não havia qualquer construção como túmulos.

Tirando-se o mau gosto da arte tumular cemitérios são lindo jardins, era uma possibilidade, uma possibilidade nada remota.

As pessoas entravam ali em grandes grupos e saiam, mas nada de anormal parecia haver, nenhuma grande tristeza se abatia sobre elas, parecia um parque público, eu nunca tentei entrar lá.

Os funcionários que pintavam incansavelmente de branco, o alto e extenso muro trabalhavam com vigor, não se abatiam por nada, dia após dia estavam lá cobrindo de branco a enorme muralha, ânimo não lhes faltava.

O que se passa do lado de lá?
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Isolamento E A Hipocrisia.



O Isolamento E A Hipocrisia.

Construir um muro é algo muito útil e eficaz quando se quer isolamento, mas a hipocrisia nos faz disfarçar na hora que resolvemos pintar o mesmo.

Isolamo-nos de modo mais eficaz à medida que aumentamos e reforçamos o muro, isso sempre se dá em um cenário conturbado, onde não desejamos ser incomodados por aquilo que vamos deixar do lado de fora.

As cores do isolamento são quase sempre escuras e difusas, preto, marrom, e tons de cinza, mas tentamos sempre suavizar, e ao mesmo tempo passar tão desapercebido quanto for possível.

O branco é com certeza uma escolha muito eficaz, não agride, não chama a atenção de ninguém, mas acaba sujando facilmente.

Com o passar do tempo as cores do isolamento vão conseguir se grudar no lado de fora do muro, e mais um tempo passará até que por fim invada o limite imposto por ele, é pura hipocrisia fazer um muro branco.

Faça seu muro, mas não tente se enganar ao pintá-lo de branco, deixe-o com as cores da tristeza, e conviva com ela, mas não faça um muro muito alto, e deixe uma porta para que você possa sair.

Muros muito baixos não tem nenhuma serventia, os altos demais também não servem para nada além de nos aprisionar, cada um tem lá o muro que julga ser necessário, mas não há como mantê-lo, branco, puro, imaculado, e igualmente hipócrita por muito tempo, a sujeira vem inexoravelmente macular toda a brancura.

Suje seu muro com arte, faça GRAFITTI!
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Será Que Dá?



Será que dá?

Talvez dê para tentar, mas não deve dar muito certo, mesmo porque a ventania é tremendamente mutável, é uma mutante por excelência, mas mesmo assim vou tentar.

Um poder tão grande se assemelha muito ao próprio Deus, ou à Deusa como preferem as bruxas.

Bruxas conheço muitas, e todas muito diferentes, sábias mas, totalmente diferentes umas das outras, criaturas muito interessantes, e quase iguais ao criador, ou criadora.

Negam a existência de Deus, mas não deixam de acreditar em algo que escape totalmente à compreensão pela lógica, são místicas, assim resolvem se chamar.

Duas ventanias com o nome “Mística” tenho nas minhas relações, são bruxas poderosas, às vezes até malvadas, mas é uma maldade do bem, não é destrutiva.

Ventanias são assim mesmo, malvadas e bondosas, doces e amargas, mansas e furiosas, mas são imprescindíveis, não se vive sem elas, muitas vezes nos corrigem e nos ajudam a ser melhores do que já fomos.

São a negação de Deus, e a mãe do mesmo Deus negado por elas, são sua mulher, companheira, professora, amante, cozinheira e rainha, sem elas nada se faz.

Nada do que foi feito se fez sem a fêmea ventania, e nada se fará sem lhe dar o devido crédito, nem que seja o do cartão, e este é o acessório mais importante que podem utilizar.

Se você quer uma prova do que eu digo sobre as mulheres, dê-lhes um cartão de crédito e você verá como a ventania leva tudo o que encontra nas prateleiras das lojas.

Sérias e divertidas, bom e mau exemplo ao mesmo tempo, modelam tudo segundo a sua vontade, ou segundo as últimas tendências da estação na Europa, e fazem isso de modo delicioso.

Uma ventania é assim mesmo, impiedosa e cativante, nos faz de bobos por mero capricho, e adoramos que façam assim, eu pelo menos adoro e peço bis.

Ventanias devem exigir dedicação exclusiva, pois sabem que não será imortal, posto que é chama, mas será infinito enquanto durar.

Na hora de pedir bis é só voltar arrependido e deixar ela xingar por aproximadamente seis horas, ela vai adorar te perdoar para fazer mais das suas deliciosas maldades por um bom tempo.
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Parece Que Não É, Mas É.



Parece Que Não É, Mas É.



Parei para pensar, em muitas ventanias que encontrei por aí, algumas marcaram muito por sua força, outras pela velocidade, e todas pelo império de suas soberanas vontades.

Muitas nem se parecem tanto assim com o vento forte e impetuoso, chegam sempre de mansinho, mais parecem uma brisa numa noite de verão ao luar, um luar de lua magra, porque lua cheia lhes sugere obesidade.

Não sou tão maluco assim a ponto de provocar a ira da ventania dessa mulher de lua, mesmo porque ela está super enxuta, e vai se casar.

Mulher de lua ou ventania de sagacidade, uma loucura à parte é conversar com ela, é como correr para sentir no rosto a ventania, e lacrimejar de alegria é também correr o risco de cair e se machucar, aí está a graça da vida ao lado da ventania.

Sempre fui assim desde pequeno, nunca anda, sempre corria, e ainda corro até hoje.
Sempre fui assim com minha bicicleta, corria o risco de cair e me machucar, mas sem isso não via a menor graça.

A graça esta na bela moça que te dá à vontade de correr, sentir lacrimejar os olhos, e provavelmente cair, se cortar, machucar, sangrar.

O ardor do corte na carne como o penetrar da lâmina de uma navalha, faz com que me sinta vivo, vivo à mercê dessa moça tão bela e tão cruel, aquela que traz consigo a mão macia e a navalha de frio aço.

Algumas ventanias ainda estão soltas por aí, por aqui já falei de uma três, a da lua, a de lua, e aquela que afaga e fere com a mesma beleza e a mesma paixão de viver, outras virão.

Que venham todas as ventanias, todas elas me fazem viver, todas elas são um desafio, um enorme prazer de poder falar de cada uma delas me enche de gozo, e preenche meus dias.
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Liberdade


Liberdade

Nada é tão livre quanto ela, corre o mundo, e no mar do barco sopra a vela.
Desejada por muitos, temida por estes mesmos, pode ser sorte, ou levar à morte certa.

Da pipa da criança é motor e inimiga, faz voar, mas faz também quebrar a linha, e leva para longe o brinquedo, deixa a chorar o menino.

Seca a roupa no varal, varre a sujeira do quintal, arranca os lençóis da corda e joga onde quer.

Joga a poeira sobre o linho branco, suja a alva roupa de linho, desarruma o cabelo de qualquer mulher, é livre ao extremo, não há quem a ponha a termo.

Nem o mar pode com ela, do sul sopra a ventania levando o barco ao norte, e se desejar encrespar o mar lhe põe fim à sorte, e este só pode obedece-la

De seu leito o mar não sairá, ficará revolto se ela, a ventania assim desejar, o poderoso mar simplesmente há de se calar.

Não é à toa que é fêmea caprichosa, unidade básica para que haja vida, pintora de tintas desgastadas, escultora de mãos delicadas, dá forma e cor a tudo.

A ventania, milimétricamente esculpe a rocha, e faz corar a face de quem a ela se expõe, varre o terreiro, e arranca folhas e galhos.

Após passar nos deixa sua obra, grande arte, grande legado, roupas enroscadas em algum canto, folhas no telhado ou no chão, sapatos, brinquedos, sacos plásticos, e até gatos, e cães minuciosamente arranjados , com arte e imaginação.

Somente a mulher é assim tão poderosa, e criativa, tão bela, e tão cruel, a arte e a liberdade lhe caem muitíssimo bem.
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domingo, 14 de dezembro de 2008

O Que Mexe Comigo



O Que Mexe Comigo

É incrível como uma palavra pode mexer comigo, um sentimento pode aflorar de uma simples e corriqueira palavra, um nome para um fenômeno natural.

É um nome que traz consigo a idéia de alguém que transforma tudo por onde passa, não deixando nada no lugar onde se encontrava.

Muitos gostam de organização rotina e quietude, eu não.
Gosto dessa moça que chega para jogar tudo por terra, ao rés do chão.

Um misto de força e delicadeza, toque de veludo, e força de firme mão.
Mulher vento forte, Ventania, sem sombra, que provoca toda sorte de variação.

Este simples escrevedor de textos se encanta sempre com a natureza, já foi o frio, o tempo o calor, quase um meteorologista amador.

Escrevendo sobre a Ventania, até exagerou, re-escreveu uma reza em adoração, quanta pretensão.

Fosse o mar não teria tanto encanto, nem a terra faria emergir tamanha emoção, somente a força feminina é apta a tanto.

Mulheres lindas, delicadas e fortes sempre mexem comigo, não me deixa sossegar em quietude a Ventania, é mais forte, é minha doce sorte.

Não fui feito para a quietude e para o sossego, me desassossego com prazer de ser levado por ela , de ser carregado, e exaurido .
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Achados E Guardados

Eu nunca entendi o nome desse departamento, "Achados E Perdidos", mesmo porque para ter sido achado algo entende-se que deva ser perdido este mesmo algo antes.
"Perdidos E Achados", é até uma questão de lógica, mas eu também não posso esquecer que nem sempre o que se acha foi necessariamente perdido, pode ter sido simplesmente ignorado, e não valorizado, eu mesmo achei muita coisa assim.
Achei grandes amigos, pessoas que só me fizeram muito bem , achei uma amiga Nômade Do Deserto, que errante andava por aí, mas que também não parecia estar perdida, ela me ajudou a achar muita coisa.
Errante mas quase nunca errada, nômade, nada perdida, e sempre achada por quem estiver atento nesse mundinho azul da net.
Ela é sem dúvida alguém que merece estar nos achados e guardados debaixo de sete chaves, dentro do coração.
Eu sei que já fizeram esta canção, mas gostaria muito de dar um belo presente a esta minha amiga, algo assim como uma canção que fala da amizade que temos, e que nem o tempo ou a distância vão conseguir fazer diminuir.
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domingo, 30 de novembro de 2008

Erro Fundamental (O Anjo Do Mal)




O anjo do mal é bom sem querer
Nos da a medida do bem, por se opor a ele

Um divino paradoxo, o mal tem que existir
Sem o mal não nos damos conta do bem

O anjo indecente não precisa ser do mal, pode ser do bem
Indecente mesmo é a miséria, a fome, e a falta de amor

Indecente é o safado que rouba o dinheiro que serviria para alimentar o faminto
Este tipo de mal, ainda que abjeto tem que existir, ainda que não gostemos dele

Indecente é aquele que se faz de santo, e mata milhões de fome
Indecente é o político filha da puta, que não faz falta se morrer

Pecado é não amar, é ser filha da puta, como os citados acima
Amar e transgredir normas sociais é necessário, é fundamental

Os filhos desse amor, transgressor e delicioso, são filhos da luz
A luz não deixa de denunciar o mal, e é incapaz de reproduzi-lo
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Tentativa





Fazer versos não é fácil, às vezes não ficam bons
é um jeito de se falar sobre o que se tem na alma
é obra para os geniais Caetanos e Carlos, donos de muitos dons.

Flui como música um texto sem igual, vida de quem lê, com pressa
vida de quem , corre e não se abala, vive apressado, mas com muita calma.

Quem me dera ter metade da perícia da minha Nôamade amiga guerreira.
Talvez falasse mais, e obedecesse a métrica, talvez não
para medir a emoção por sílabas, o sentimento por palmos.

Hoje choveu, hoje ventou, eu me sento aqui e escrevo, tentando, tentado, tento.
Brincar com palavras eu brinco, mas às vezes transgrido também, eu peco, e confesso.
Brinco de tentar, a meu respeito ainda irão dizer; Tentou.
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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Desejo



Saborear, sorver, chupar, morder uma manga bem gostosa.
Uma fruta doce e polpuda, muito gostosa, até generosa.

Sabor e cheiro, cor e textura.
Doce, e viscosa, gelada, e deliciosa fruta.

Eu quero aquela manga roubada, da casa do meu vizinho.
Fruta roubada é mais gostosa, sabor de aventura doce, melhor do que qualquer vinho.

Afrodisíaca fruta amarela, rosa, cheirosa, saborosa, e generosa manga.
Aquela do alto da árvore, no quintal da casa do mais chato vizinho.

Aventura de criança, que faz brilhar os olhos, de quem já viveu bastante.
Aguça os sentidos, sente o sabor, o toque a cor, o visgo, e até o fiapo no dente.

Eu quero o gosto daquela fruta na minha boca, o melado nas mãos e no rosto, o prazer inigualável, de roubar todo o sabor e todo aroma de uma fruta viva e madura.

Femea fruta roubada e perfumosa, dama da tarde, eu quero ter você comigo.
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sábado, 9 de agosto de 2008

Produzindo Enganos.





Resolvi escrever este texto depois de um acontecimento muito interessante, daqueles que levam as pessoas a creditarem uma coisa a alguém ou à alguma fonte que na verdade não teve nada com isso.

Resolvi fazer uma singela brincadeira revestida de uma aura de conhecimento formal, para tanto lancei mão de alguns termos e criei alguns outros bem metidos a besta.
Acontece que resolveram encher a paciência de um tal de Wilson lá na DESI ( Desculpe, Eu Sou Inteligente), o nome da comunidade já é uma brincadeira, que dirá o que é escrito por lá.

Aqui passo a colar o diálogo que se deu tendo o nome do rapaz como ponto de partida:

Vamos por partes
Passemos a utilizar a lógica de Jack, O Estripador, uahahaha!!!!

O nome Wil son, é composto de duas sílabas Wil(originalmente Will = vontade em Inglês)

a segunda sílaba son ( originariamente Shon, do Hebraico - Aramáico = filho.)

O nosso amigo Wilson é o filho da vontade , o cara é cheio de querer, kkkkkkkkk
Jana, a Joana.
olha meu casquinho!
as bolinhas ficam em cima dele.
Zisco
Modus pronunciandi
Como pronunciar o nome deste ser:

Podemos mudar a sonoridade das sílabas independentemente, assim poderíamos atribuir o som de"V" para a letra "W" o que nos faria pronunciar Vilson


Já houve um jogador de futebol da Fabulosa Portuguesa de Desportos chamado Vilson Tadei, o cara não jogava mal.

Podemos tb alterar a pronúncia da segunda sílaba, son, são, saum, sô, e demais variantes regionalizadas.

Zisco
Adendo
a letra l pode ser tb pronunciada como r , mas isso descaracterizaria o significado de tal nome, pois Wirson já tem sua origem no dialeto Saxão, e não mais no Anglo - Celta.

Zisco, "Topo Gigio" é bem mais simples...


Jana, a Joana.
zisco, isso é pesquisa de google

Zisco
Não é ,
isso foi só uma mistura de algum conhecimento , com um monte de bobagens, kkkkkkkkk!!!!!!!!!!!

Uma obra 100% original.

Jana, a Joana.
e por acaso, pesquisando por aí, nao encontrou minhas folhinhas verdes?


Zisco
Não
mesmo pq não pesquisei, foi só uma brincadeira com o que tinha por perto.



Vejam só como as pessoas podem se enganar por notarem uma ou outra expressão do tipo “Modus Pronunciandi”, ou uma definição com alguns adjetivos que parecem dar conta da origem de uma palavra, mas que foi feita a partir da junção de palavras que pouco ou nada tem haver com isso como, Anglo – Celta, ou dialeto Saxão.

Como eu havia tentado explicar, foi só juntar um monte de bobagens com uma quase que imperceptível camada de conhecimento, para que o efeito fosse atingido.
Atribuiu-se a obtenção de tal definição à ferramenta de busca Google, pois o texto aparentava ser realmente uma definição do tal nome, e isso não foi bem assim.
Acho que algum maluco algum dia pode querer postar isso na Wikipédia, e fazer um grande sucesso, por isso não confio nessas coisas.
De uma brincadeirinha dessas pode sair uma peça de asneira enorme, e muitas vezes ser levada à sério por aqueles que lêem, eu acho isso engraçado, mas ao mesmo tempo perigoso, mesmo pq daqui a pouco não poderemos mais confiar em quase nenhuma fonte de pesquisa online.Creative Commons License
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