A ditadura implantada no país pelo golpe de Estado desferido em 1964, em dezembro de 1968 deu um giro no parafuso por meio de um Ato Institucional, de número 5, que lhe atribuía poderes praticamente ilimitados.
( Mino Carta em, "O Castelo De Âmbar", página 161 RECORD)
Esta é a foto com os 10 objetos para a tarefa de Janeiro de 2010 do blog Zisco ainda tenho 2 outros blogs inscritos.
Tentei não ser o relógio, mas me vi em apuros com o tempo, na verdade eu queria ser a caixa de balas de menta Altoids, ou o incensário, talvez seja bom ser binóculos, uma coleção de livros de Fernando Pessoa também é útil, afiada como a lâmina de um punhal.
Sobre o prato de cobre são colhidas as cinzas do incenso perfumado, isso me faz contemplar a foto antiga do museu, uma casa que guarda o passado, meus óculos de leitura que me permitem ler o que vai por este mundo, e um gancho de metal que pode pendurar um casaco.
O nome desta foto é "Tentativa 01", outras virão, mas espero que venham por alguma das co-autoras de meus outros 2 blogs inscritos, são donas de muito saber e versadas em muitas letras, vou aguardar.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Entra então na sala Marlene, olha para todos os fantásticos espelhos e começa seu trabalho, como sempre fizera.
Limpar a cada um deles, dar brilho e não deixar qualquer marca de dedos das mãos curiosas que por lá passaram durante o dia, uma rotina que exige paciência e perícia, assim como lucidez e pragmatismo, tudo tem que estar perfeito.
Marlene vê a si mesma em cada um dos espelhos e relembra tudo o que vivera até então, hoje é o mesmo que ontem, o tempo já não faz mais sentido por estas bandas.
Recria o final daquilo que já tinha por ela sido dado como findo, mas não estava, talvez nunca esteja, imagens fragmentadas parecem surgir do nada.
Marlene pega sua vassoura e varre essas imagens em cacos para fora da grande sala.
Acorda Flávio em sua casa com o televisor ligado, suando em bicas, morto de sede.
Por aqui paramos de tecer esta história, acho que até o meu tropeço ajudou um pouquinho, ir e voltar é algo intrínseco ao tecer e ao tecelão, ora afoito por arrematar a trama, ora preocupado com que se tenha muito fio para tecê-la.
Tenho a honra de estar aqui para arrematar a trama que foi começada pela Maria de Fátima do blog Boa Baltazar e passou poor vários e brilhantes participantes, pego o fio deixado pela Angela do blog Entremeios.
"Lembrou-se da pessoa que vira no espelho e que não era ele. Aquele espelho...os espelhos! O que refletiam eles afinal? Outros "Eus", Vidas passadas?"
Qual a cor de um espelho, qual a aparência de tal objeto?
Para onde quer que se mire ele reflete exatamente aquilo que primeiro se apresenta, se for preto é preto, se branco é branco, se não for não é.
A capacidade infinita de conter em si qualquer imagem faz do menor dos espelhos um pequeno universo.
Assim como o papel em branco pode suportar qualeuer ideia, o menor caco de espelho também pode reproduzir a imagem invertida de tudo o que venha a existir.
Flávio tornou-se Sofia, pegou seus filhos pela mão e os levou para casa celebrar a entrada de mais um ano em suas vidas.
Mais um espelho se quebrou na grande sala do museu em milhares de pedaços, infimos cacos plenos da mesma potência do todo antes de se romper.
Cabem lá e cá Sofias, Marias, Pedros e Antônios, amores e desamores, vida e morte.
Coube a cada um de nós ser um caco de espelho a reproduzir uma verdade ou uma fantasia.
Fiquei sabendo só agora mas vou dar uma força para o Ecological Day, vou ter que ser rápido não vou poder falar muito, mas acho que as palavras de um chefe Sioux podem ajudar a se pensar melhor sobre a nossa relação com o nosso planeta.
Seria simples demais falar de inclusão social através da obtenção uma qualidade de vida mais homogênea, onde todos pudessem ter tudo ao mesmo tempo, mas isso deixa de lado o ser único e insubstituível. Quando se fala em inclusão, a idéia de globalização, e de acesso a bens é quase que automaticamente associada a isso, e na verdade isso é parte de um processo, mas devemos levar em conta alguns aspectos que acabam sendo considerados menos importantes. Toda sociedade tem uma cultura, e esta cultura pode facilitar ou dificultar a vida, mas não pode ser deixada de lado, cada sociedade tem que ser respeitada em suas características culturais, para que possam dar aquilo que tem de melhor aos cidadãos, não vai ser muito produtivo nem saudável tentar em nome dessa inclusão massificadora e globalizante, impor hábitos e costumes sobre aqueles que simplesmente os rejeitam, o que tenham realmente hábitos mais saudáveis do que os que tentaríamos impor. Este tipo de rolo compressor de culturas em nome do acesso a bens de consumo tende a fazer com que se percam as melhores contribuições de cada uma dessas sociedades. Muitos estragos já foram feitos, muitas coisas já se perderam, e nem por isso nossas vidas melhoraram por termos mais algumas bugigangas tecnológicas em casa, nossa alimentação piorou, e não conseguimos realmente acabar com a miséria no nosso país. Nossa única saída é o resgate da nossa identidade sócio-cultural, e a valorização da mesma, somos brasileiros, nossas comidas típicas não são feitas de salsichas e hambúrgueres, festas juninas não são festas country, e halloween, não faz parte de nosso calendário de datas comemorativas. É mais do que sabido que a educação é a promotora mais eficaz da inclusão social, mesmo porque, um povo educado se faz ouvir e não se deixa enganar, mas este povo tem que ter a sua identidade sócio-cultural, e valoriza-la, tendo isso sempre poderemos até mesmo ter acesso aos tais bens de consumo e bugigangas tecnológicas, mas antes de qualquer coisa teremos a nós mesmos, como uma nação única e que tem uma rica herança cultural, e uma grande contribuição a dar para a humanidade. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.