sábado, 11 de agosto de 2007

Finalmente um dia de frio

Nada tão frio assim.
Um friozinho , muito do chinfrim.
Frio de país tropical, nada tão austral nem boreal
Nada setentrional, nem meridional.
Frio equatorial, frio tropical.
Quisera ser um urso de um país da Europa setentrional.
Um desse que passa o inverno a hibernar, numa toca.
Sentir a quentura da toca no inverno gelado de muitos dias todos eles de de muito frio.
Recluso na minha toca dormindo o sono daqueles que querem sobreviver .
Vivendo das minhas reservas de gordura, consumindo a energia, que durante o verão eu acumulei.
Os dias de frio são a oportunidade que temos de gastar nossas reservas.
Os dias em que a inspiração não brota como num jardim primaveril.
Não jorra a poesia como de um límpida fonte de fresca água.
Dias em que bebemos da água que temos guardada, e comemos do pão que temos no armário.
Dias em que a temperatura ambiente se iguala à da geladeira que conserva nosso alimento perecível.
São os dias de muito frio, os dias de um desconforto quase que providencial, dias de uma solidariedade estratégica.
Um frio digno da Patagônia, frio antártico, ou ártico.
Assim como nós nos refugiamos, como colônias de focas ou de pinguins.
Dias em que buscamos a sobrevivência nossa de cada dia, assim como nós buscamos a derrota de nosso mais inteligente adversário, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Pois nosso é o poder, através da astúcia e da esperteza, que traz a sobrevivência do mais adaptado.
Amém!
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