sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Panes nada circenses (Será que o povo tem cara de otário?).


Panes nada circenses (Será que o povo tem cara de otário?).

Eu estive pensando muito, e achei que o assunto valia uma tentativa de artigo, ou conto, ou qualquer outra forma nada poética de expressão, mesmo porque é algo que me deixou indignado, e resolvi me perguntar: ”Será que eu tenho cara de otário?”

Esta semana aqui em São Paulo aconteceu uma coisa que quase ninguém conseguiu explicar, e que quase todos sabem a óbvia explicação.
Um dos parques mais belos e antigos da cidade teve em menos de uma hora seu lago totalmente esvaziado por causa do rompimento do seu vertedouro, este parque está na história da vida de muitas pessoas como eu, e muitos bem antes de mim, na verdade o descaso com o tal lago sempre foi nítido, mas ninguém, ou quase ninguém dava real importância a isto.
Muitas pessoas na hora de optar entre aguardar para se entrar no gabinete de um político chato e inescrupuloso para reclamar e seguir para o trabalho ficava sem qualquer opção e segui sua lida diária.
A imensa montanha de dinheiro que é arrecadada de todos os paulistanos anualmente, e a perene presença do lago quase que centenário, sempre fizeram com que ninguém suspeitasse que isto um dia pudesse acontecer.
Um lago aonde vários animais, cisnes, gansos, garças marrecos, e muitos outros vinham enfeitar por livre e espontânea vontade, além de seus habitantes aquáticos, carpas, e outros peixes, rãs e um sem número de outras espécies.
Não bastasse o desastre, causado por todo este criminoso ignorar sistemático da necessidade de manutenção, o prefeito da cidade ainda foi capaz de dizer que foi a chuva a grande culpada, como se nesse tempo todo nunca houvesse chovido naquele lugar.
Nesses quase cem anos da existência desse lago que era um ponto de encontro de namorados na década de 1920, onde botes poderiam ser alugados para um romântico passeio, e o lago nunca teve este tipo de problema.
A chuva desta semana nem foi nada tão espetacular assim, muitas chuvas muito mais severas que esta já caíram sobre a cidade, e isso nunca aconteceu.
Com certeza um laudo técnico deverá ser expedido por quem tem competência para tal, e aí se poderá talvez identificar a pane que sofreu o sistema de escoamento deste lago, mas culpar a chuva por isso não parece ser a melhor das explicações, principalmente para o Sr. Gilberto Kassab, pois este é engenheiro formado pela Escola Politécnica De Engenharia Da Universidade De São Paulo (Poli – USP).
Talvez este não seja um texto tão agradável de se ler, mas não é nada agradável se sentir feito de palhaço, e ver que a principal pane está no caráter das pessoas que fingem que podem atribuir qualquer coisa à chuva, ao vento, ou a qualquer catástrofe natural, e não encarar sua responsabilidade com relação àquilo que pertence à população de uma forma geral e lhes foi confiado pela mesma para que cuidasse, é uma pane moral, acima de qualquer coisa.

“Será que o povo tem cara de otário?”
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Carnaval Sem Máscaras


1. Link a pessoa que te “pegou”.

2. Poste as regras em seu blog.

3. Escreva 6 coisas aleatórias sobre você.

4. Pegue mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.

5. Deixe a pessoa saber que você o pegou, deixando um comentário no blog dela.

6. Deixe os “pegos” saberem quando você publicar seu post.

1. Fui "pego" por minhas amigas Esther e Mirian
2. As regras são essas aí !
3. Vamos lá:

Sou um cara quase normal, mas não arrisco muito nessa normalidade, gosto de escrever, e às vezes me empolgo, chego a ser chato meus amigos não me aguentam, também falo pelos cotovelos.

Adoro música, tenho sempre uma música que se relacione com qualquer coisa que esteja acontecendo, ouço de tudo, desde Bach , até Pink Floyd,Beatles, Arrigo Barnabé, Luís Gonzaga, Stravinsky, e mais o que vier.

Vivo na frente do computador e adoro ler e aprender com meus amigos virtuais, uma delas é a figura que me pegou, a minha querida amiga Esther, já passei por várias fases nesse mundo virtual, esta tem sido uma das melhores.

Tenho três cachorras, um cachorro, e duas gatas, parece que eu gosto de bicho, né?

Sou vegetariano,mas não sou do tipo chato que fica querendo converter ninguém a nada, nunca fui assim, as coisas que faço faço por acreditar serem boas para mim, não procuro impor isso a ninguém.

Muita gente estranha meu jeito de ser em alguns lugares, mesmo porque procuro seguir a dinâmica de cada ambiente, falo palavrões onde se pode falar palavrões, e os evito onde devem ser evitados, detesto tratamento desigual, não suporto pessoas que se colocam acima das regras, e dou muita risada quando essas se dão mal.
Já fui até responsabilizado por um fato desses no Orkut,(o roubo de uma comunidade chamada "O Que Está Havendo C/ O Mundo?) mas não tive nada a ver com a história, até hoje dou risada disso porque tem gente que me acha a encarnação do "DEMO", por outro lado sou também um cara considerado muito calmo e ponderado em outros lugares do mesmo Orkut, ou não.

Repasso para :

Janaina, do blog Entre a Loucura e a Arte
Avassaladora , do blog Minhas Vidas
Abraão, do blog é o menini-homem?
Nanda, do blog Chique é Ser Feia
Karina , do blog Labirinto
Danny , do blog Retratos da Mente

Tive que tomar muita coragem para publicar isso que já estava pronto faz algum tempo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Olhar Reflexo


Olhar Reflexo

Uma coisa tão importante, também pode ser extremamente difícil de se notar.
Nota-se a cor do olho, mas deixa-se passar desapercebido o brilho do olhar.
O verde luminoso da íris pode revelar da morte o negro desvão.
A íris negra da moça brejeira, pode iluminar a mata em meio à escuridão.

Janelas das almas são os olhos, revelam tudo o que se passa dentro de todos nós.
Brilham de alegria os olhos castanhos, enquanto os olhos azuis às lágrimas dão foz.
Gotas translúcidas de vida e de emoção brilham, feito água sob o sol do meio dia.
Na face de um deixam claro o ódio e a morte, na de outro o amor, e a alegria.

Olhos cinzentos, ou ainda cor de mel, furta-cor, ou vermelhos, tudo refletem.
Reflexos de nosso interior, traidores de nossas segundas intenções, incômodos espelhos.
Quem não tem tais intenções, não vive ou mente, não precisa de olhos de qualquer cor.
Quem nunca mentiu por algum motivo, jamais se incomodou com isso, mas também não viveu um grande amor.

Amar talvez nos leve a mentir ocasionalmente, mas revelamos a verdade no espelho do olhar.
Água que reflete a luz do sol e da lua, água que é vertida em lágrimas, água que limpa e refresca.
A verdade mais pura é a que nos mostra a todos como grandes mentirosos, mas que mostra também que o fazemos por amar.
Mentimos para não ver o ser amado sofrer, mentimos para simplesmente sonhar, e fazer do sonho uma verdade.
Poetas são mentirosos, sonham demais com qualquer coisa que se lhes apresente, assim são todos os amantes.
Mentimos para criar aquilo que não existe, e fazer brotar na alma das pessoas, um sentimento verdadeiro.
Esta verdade passa pelas janelas coloridas dos olhos, e mostra nossas verdadeiras intenções.
No final, a nossa mais intima verdade, nasce de uma doce mentira de amor, que vaza pelos olhos.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Olhos De Ver


Olhos de ver

Com que olhos vejo?
Vejo com meus olhos castanhos, e vejo os outros olhos também.
Com que olhos me vêem vocês?
Talvez vejam com olhos negros, azuis, verdes, ou furta-cores todos vêem.

Ver a vida, ver pessoas, ver fatos, e histórias, com olhos de quaisquer cores se vê.
Não há porque se espantar, ou se admirar por conta de olhos que vêm como outros olhos.
Espanto-me com olhos cegos, não vêem, não lêem, mas estão por lá, tanto quanto quaisquer outros olhos.
São olhos que pegam, são mãos que lêem, mãos que vêem, e se tornam olhos, são mãos.

Mãos que guiam pés que andam, fazem o papel dos olhos e guiam passos pelo chão, são olhos, são mãos, são pés.
Não têm íris de cores diferentes, são olhos ausentes, mas estão na face, em suas órbitas, e não mãos.
Pés andam mãos pegam e sentem, olhos não, olhos são olhos, pés e mãos caminham e sentem o chão, olhos nas mãos.

Ninguém se importa com sua cor, sabem de tudo sem ver com os olhos, escutam cada ruído, sentem a presença, são olhos sem cor.
Sentem tudo, se localizam no ambiente, torcem por um time de futebol, vibram aplaudem vaiam, são gente.
A cor dos olhos cegos, é indiferente, não significa nada a seu dono, a ele o que importa é o que sente.
Olhos que não vêem, mãos que guiam pés, olhos que sentem, não lhes importa a cor, com certeza são testemunhas da luta, e de quem a trava sentem também a dor.

Olhos não mentem, revelam o sentimento e a intenção, olhos também transbordam com o que vai na mente do cidadão.
Será que da mesma forma não mentem as mãos, quando se tornam olhos?
Talvez não mintam, mesmo porque mãos sentem, e não é nada fácil esconder o que se tem no coração.
Na vida dos olhos sem cor relevante uma cor ainda não lhes é tão indiferente, pois são olhos feitos de mãos, mas vêem a verdade, olhos de ver, vêem sentido no sentir, sentem ao ver como vêem os verdes dos olhos que vêem, ao ver de verdade.
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

"Depois que tudo já tinha sido feito, ou antes, que nada mais pudesse acontecer”.


Sempre ouço falar do fim do mundo, e sei que a cada dia que passa ele inexoravelmente se aproxima, nunca levei isso muito a sério, na verdade brinco que adoraria assistir a tão fabuloso espetáculo na primeira fila, de preferência com vista para o mar saboreando uma água de coco bem gelada.
Outro dia fiz a mesma brincadeira com meus filhos durante o almoço, e cada um deles à sua maneira teve uma reação, nada que não fosse de se esperar de crianças, eu porém, comecei a tecer várias considerações, algumas fatalistas, outras bem humoradas, o quadro a ser pintado é algo que realmente não se poderá evitar, não há porque não encarar com naturalidade.
A cada desgraça que acontece, ou a cada nova moda inventada, ou barbaridade praticada, todos são categóricos ao afirmar, “ISTO É O FIM DO MUNDO”, talvez seja mesmo, mas é quase certo que ainda não, mesmo assim ainda quero aquele meu lugar na primeira fila com vista para o mar e com a água de coco bem gelada.
Doenças, catástrofes naturais, guerras, assassinatos com requintes de crueldade, o ser humano dando provas cada vez mais concretas de sua incapacidade de viver no planeta que habita sem destruí-lo por alguns trocados a mais, ou uma gozada que não possa ser deixada para daqui a cinco minutos, talvez fosse a última e mais mórbida diversão a ser apresentada para a humanidade, acho que até mereceríamos todos ingressos vip para assistirmos a derrocada final do homem, e o triunfo das baratas.
Neste dia do juízo final, em que inspiraríamos nossos últimos litros de ar pútrido, teríamos todos a certeza que não mais viveríamos para contar nossa história, ou para dar aquela trepada com quem tanto sonhamos, ou ainda comprar qualquer coisa, ou mesmo roubar o que por tanto tempo desejamos, não poderíamos perder tempo buscando nossos inimigos para mata-los, talvez já estivessem mortos.
Neste último e fatídico dia da humanidade sobre a terra de nada adiantaria pedir perdão, ou perdoar, ser bondoso, ou perverso, Deus talvez nem estivesse prestando atenção no que estaria ocorrendo, talvez estivesse ocupado com coisas muito mais interessantes, talvez nunca tivesse estado em qualquer lugar.
O que eu poderia fazer nesse dia, se realmente estivesse presente?
Talvez fosse realmente até a praia, beber uma água de coco bem gelada, ou ainda estivesse em casa almoçando com a família, não sei se faria nada que fosse digno de nota, ou extremamente prazeroso, ou ainda que resolvesse me afirmar como melhor que alguém neste dia em que finalmente todos nós haveríamos de inspirar nossos últimos litros de poluição, deixando todo o planeta à mercê das baratas, e de toda sorte de insetos, e vermes.
Uma só coisa me preocupava nessa minha viagem a este dia caso ele fosse realmente acontecer tão brevemente, isto não seria fácil de ser explicado às crianças caso ainda estivessem comigo à mesa, mas também não seria necessário, mesmo porque elas assim como todos nós não teríamos mais um minuto de vida sequer, eu seria poupado pela impiedosa intervenção do destino comum a todos, acho que seria inútil explicar o que não precisaria mais de qualquer explicação, a realidade seria mais forte que minhas palavras, ela sempre é.
Gostaria, no entanto de saber com seria o mundo das baratas e vermes que fatalmente tomariam conta de toda a terra, vida haveria, e quem sabe inteligência também, não sei se seria capaz de compreender sua nova ordem, sua lógica extremamente peculiar.
Imagino ainda que restaria muito lixo sobre a terra, muita sucata a se degradar com o tempo, máquinas que ainda estariam inteiras e aptas a funcionar se houvesse energia e alguém para comandar.
Computadores sem qualquer uso cheios de informações de todo tipo, ou totalmente vazios, obras de arte em museus que não passariam de um monte de material acumulado para finalidade alguma, isto também estaria a total disposição das nossas amigas baratas, dos vermes e demais seres que sobrevivessem ao fim dos tempos.
O Tempo também desapareceria, ninguém mais se incomodaria em perceber sua passagem nem registra-la com relógios e calendários, talvez sobrassem vozes, registradas em gravações, imagens daquilo que um dia esteve por lá, palavras escritas, ou faladas, mas não significariam mais nada.
Ainda assim o tempo passaria como sempre passou, indiferente à consciência de quem quer que fosse um dia nota-lo passar, e quem sabe até alguém notasse à medida que ele fosse passando.
Eu decidi então encarar o fim do mundo como um evento que se aproxima a cada dia, e coloquei meu plano de reserva de lugares em ação, mesmo porque jamais me perdoaria se não tivesse aquele meu lugar de frente para o mar, e aquela água de coco gelada nas mãos.
Trabalho com um objetivo bem claro em minha vida preciso conseguir estes lugares e aproveitar o máximo deles enquanto puder, mesmo porque não vai ter graça nenhuma se o espetáculo durar só alguns minutos, mas vai ser muito bom aproveitar desta condição enquanto o tal dia não chega, e se não chegar comigo vivo, vai ser uma pena, mas de uma certa forma cada um tem seu diazinho do juízo final quando bate as botas.
O ser humano brinca de ser Deus todos os dias, e até inventa um Deus que lhe seja útil para justificar tudo aquilo que faz, não sei se devo esperar me encontrar com esse Deus que todos falam, ele pode ser bem diferente disso tudo, posso tomar um grande susto, ou talvez não me encontrar com ninguém, mas sei que isso que tem dentro de mim e que me faz escrever tudo o que escrevo permanecerá vivo após o final de tudo, este meu “Eu Interior”, resistirá assim como as baratas, e talvez se desprendendo do tempo possa testemunhar uma história de um novo mundo a ser criado.
Não chega a ser uma obra de ficção, é apenas um pouco de maquiagem literária jogada sobre aquilo que já está acontecendo.
Nosso planeta se aquece a cada dia devido à utilização de combustíveis fósseis, mas nossa mente pode nos levar imaginar quadros tenebrosos, não custa nada tentar.
Imaginem que daqui a alguns anos vamos nos dar conta que tanto consumo de energia só pode nos levar mais rapidamente ao abismo, ainda que tenhamos muito que queimar, e temos de sobra.
A cidade de São Paulo é uma das maiores consumidoras de energia do planeta, e muitas vezes consome muito além do que necessita, imagine que um governante resolva fazer um esforço para deter este consumo desenfreado.
Aparelhos de ar condicionado seriam desativados em repartições públicas, lâmpadas seriam substituídas por outras mais eficientes, e até mesmo os hospitais seriam incluídos neste esforço, mesmo porque jamais poderia faltar energia nos grandes hospitais da cidade de São Paulo.
Tanto esforço só nos daria mais algum tempo de sobrevida, o aquecimento global ainda assim continuaria em curso, mesmo depois de algumas décadas de esforço dedicado de governantes, cidadãos e da comunidade científica, os grandes hospitais da São Paulo tomariam medidas conjuntas de controle de consumo de energia, alas que não precisassem de ar condicionado, passariam a não tê-lo, algumas outras seriam transferidas para tendas onde haveria mais ventilação e o controle de contaminação por agentes biológicos seria mais rigoroso, salas de cirurgia ainda ocupariam prédios de concreto e aço, mas salas de parto seriam mudadas para os ambientes tenda, onde seria mais fácil respirar, e ainda assim se garantir um controle de infecção hospitalar quase excelente.

Esta solução arriscada, mas plena de êxito criaria um novo paradigma a ser buscado, mesmo assim ainda estaríamos morrendo lentamente sufocados, a cada dia, e chegaria com certeza o dia em que esta solução não poderia mais ser aplicada, o ar seria tão poluído que os recém – nascidos correriam grave risco de intoxicação, e chegaria ainda o dia que ao dar seu primeiro grito para a vida uma criança haveria de consumir os últimos centímetros cúbicos de ar respirável, e morreria em seguida, juntamente com os trilhões de pessoas sobre a terra.
A maior de todas as catástrofes é o aquecimento global, pois ainda morreremos todos sem nenhum tiro ou explosão, mas pela nossa avidez de consumir qualquer r coisa que esteja à nossa disposição.
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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Olhos Que Dormem


Olhos Que Dormem

A noite é o momento mais triste.

Sem luz, sem cor, nela teus olhos dormem, o verde se vai.

Se dormes de tarde, ela noite se faz, triste e tenebrosa, aguardando o sol.

Por trás das tuas pálpebras, escondes a tua jóia luminosa, teus olhos verdes.

No meio da noite brilha nossa casa iluminada por teus olhos se teu sono foge, o dia brilha em meio à escuridão.

Por mais forte que seja o sol em pleno meio dia, não se compara com teu brilho, com o brilho do teu olhar.

Se fechares os olhos durante o dia, este se faz noite mais cedo, dormem todos os outros olhos, dormem, pois não sabem como teus verdes olhos brilhar.

Pálpebras que escondem teus olhos não são nada além de pele, escondem o teu brilho do mundo enquanto dormes.

Peles que cobrem outros olhos escondem muitos mistérios, mas ao esconderem teus olhos dos meus fazem sumir o mundo.

Acorda e deixa o teu olhar cair sobre mim, me tira desta morte ao acordar, me dá nova vida no verde do teu luminoso olhar.
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Verde Sem Par


Verde sem par

Não há como explicar como é único este verde, que se encontra comigo ao me olhar.
Um verde que às vezes traz paz, outras vezes incomoda, outras faz sonhar.
Um verde que ao se ver se manifesta além da luz existente no mundo.
Tem luz própria não necessita sequer do sol para iluminar, é pleno em si.

Tenho muita sorte, muito mais que qualquer outro, e não tenho medo de parecer tolo ao afirmar.
Não quero ter o teu verde em meus olhos, quero poder ver a sua plenitude manifesta no teu semblante.
O verde das pedras, o verde das águas do mar, das planícies e matas verdejantes, não tem qualquer semelhança com o teu olhar.
Teu verde é único, teu verde existe para cedo pela manhã me fitar, verde realidade, não esperança.

Tragam explicações científicas, usem modelos logicamente bem engendrados para elucidar, nada será capaz de resistir diante do teu verde olhar.
Quero ver de perto, ver de frente ver de todos os lado, ver de verso, ou de prosa, ver de todas as maneiras que possam caber no olhar.
Sorte maior não poderia ter, mas ao mesmo tempo esta lhe foi negada, pois, para ver teus próprios olhos, você tem que olhar em um espelho, e nele acreditar.
Eu não conseguiria viver, se tivesse que depender de qualquer outra coisa, entre eu e o verde do teu luminoso olhar.

Se aos tolos e simplórios cabe a sorte da felicidade, sou tolo e simplório na tua presença.
Trocadilhos e rimas não são suficientes para traduzir o que é esta cor tão singular.
A lógica, não consegue por equações definir nada como padrão para reproduzir a luz deste teu olhar.
A singularidade é tal que cabe apenas ela mesma para se auto definir , ou explicar.
Rompendo a lógica, criando um desequilíbrio minúsculo, que tem a força para criar.
Assim foi criado um universo inteiro, e assim há de se recriar.
Recriou-se o universo pela cor singular dos teus olhos, e de teu luminoso olhar.
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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Olhos Verdes


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Olhos Verdes
Tenho um par deles aqui em casa, são os olhos da mulher que eu amo.
São olhos verdes que mudam com o tempo.
Olhos verdes que sempre são confundidos com olhos azuis.

Olhos verdes impactantes, verdadeiros e inigualáveis.
Se eu não amasse esta mulher, com certeza seria seu maior fã.
Se estes olhos dela não fossem meus, moveria céus e terra para tê-los.

Olhos verdes quase azuis, lindos e luminosos, olhos daquela a quem amo.
Trazem em si uma luz quase solar, os olhos azuis gostariam de ser quase verdes assim.
Impossível imaginar que os olhos azuis pudessem inveja-los tanto assim.

Fácil constatar porque invejam tanto os olhos com este verde tão limpo.
Basta olhar, basta ver, basta estar na presença desses olhos.
Não é somente a cor, é a mensagem que passam, é a luz que irradiam, é a alma por trás de tais janelas.

Janelas da alma são os olhos, janelas verdes transparentes.
Transparência verde que se confunde com o cinza e o azul.
Transparência mutável, de acordo com a temperatura, refletindo a verdade.

Verde de ver, ver de verdade!
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